O Despertar do Vampiro

George e eu somos do tipo de amigos que, quando começamos a conversar, perdemos completamente a noção do tempo. E quando o assunto da conversa é livros, aí sim que falamos sem parar.

Não era a primeira vês que meu amigo falava sobre a autora brasileira Nazarethe Fonseca e sua série “Alma e Sangue”, das quais George é fã declarado, não só pela trajetória da autora até conseguir o reconhecimento que alcançou, como da série em si, que, segundo ele, era fantástica.

No entanto, devo confessar que, por mais que eu confiasse no gosto literário do meu amigo e, por mais que tivesse escutado os altos elogios dele em torno da obra, nunca fui tomada pelo desejo real de ler o livro. Motivo? Não faço a menor idéia. Simplesmente não batia aquele interesse, sabe? Mais ou menos como aconteceu quando comecei a ler Meg Cabot; ouvia uma amiga falar bem, mas só muito tempo depois comecei a ler e me tornei fã.

Em todo caso, há umas semanas atrás finalmente tive minha curiosidade despertada e pedi o livro emprestado para o George.

E antes de começar a resenha em si, deixe-me registrar aqui que me arrependo AMARGAMENTE por não ter lido esse livro antes. “O despertar do vampiro” e todo o universo apresentado nele é simplesmente fascinante, sensual, misterioso, envolvente, amplo, bem explorado, perfeitamente amarrado... Não é só mais um livro de vampiros; na minha humilde opinião, é um livro de leitura obrigatória, assim como as obras de Anne Rice e André Vianco, para quem é fã do tema. Agora, para mim, Nazarethe Fonseca se tornou uma das grandes referências da literatura vampírica.

Enfim, vamos parar de lenga-lenga e ir logo para a resenha?

Kara Ramos (a personagem principal) em si é um espetáculo à parte. Esqueçam as gurias adolescentes que não sabem o que querem da vida e só servem para ser bonitinhas e suspirarem apaixonadas pelo bonitão da história. Kara é uma mulher vivida, de personalidade fortíssima, teimosa como uma mula e que até já foi casada. Trabalha como restauradora na empresa fundada pelo pai e da qual ela é sócia junto com o tio.

Desde a adolescência, Kara tem uma fascinação desmedida pelo casarão da Rua do Sol, uma residência de enormes proporções, de valor cultural incalculável e que estava completamente abandonada há cerca de 125 anos pelos proprietários.

Um dia, quando menos esperava, a empresa de Kara é contratada por Paul Rohan – herdeiro e proprietário do casarão – para restaurar a propriedade.

Kara fica envolvida na reforma durante meses e, pouco a pouco, o casarão vai ganhando todo o glamour e opulência que a mulher sempre imaginou que a construção ostentava quando era habitada.

Entretanto, quando a reforma está quase concluída, Kara descobre que o casarão não estava completamente desabitada; um homem de beleza surpreendente, dono de um charme que faria qualquer mulher cair aos seus pés e olhos azuis que eram ainda mais fascinantes por estarem emoldurados por um rosto perfeito e pálido.

Jan Kman, um ser que exala sensualidade por todos os poros, que poderia ter qualquer mulher que bem quisesse. Um bebedor de sangue com mais de quatrocentos anos de idade.

Ok, sou capaz de apostar que você deve estar imaginando que, ao se encontrarem, Jan e Kara se apaixonaram logo à primeira vista e a mulher quis se transformar em vampira para passar toda a eternidade ao lado daquele homem que mais parecia ser um deus grego, certo?

Se você pensou isso, sinto informar, ma está completamente enganado.
Como eu disse, Kara é uma mulher com experiência, que já viveu momentos doces e amargos dessa coisa que chamamos de vida. Sem contar que, para ela, vampiros só existiam em livros e filmes, não eram reais. E para ser convencida que aquele homem era um ser imortal e não um maluco, Jan precisou gastar muita garganta (e assustá-la um pouquinho).

E, minha nossa, como eles discutem! Sério, eles parecem uma versão crescida de Rony e Hermione (Harry Potter) e Shermmie e Sniper (Guardians) de tanto que batem boca. Confesso que eu ria horrores quando eles começavam a discutir, principalmente por quê a Kara, não querendo ficar por baixo, xingava Kman de tudo quanto era nome e, quando isso acontecia, Jan dizia que ela tinha o vocabulário de uma puta.

A atração entre os dois é gritante e, em pouco tempo, não só Kman se vê apaixonado por Kara como a própria Kara, depois de muito lutar contra aquele sentimento, se vê apaixonada pelo vampiro.

Mas há um porém: Kara não quer se tornar uma vampira de jeito nenhum. Por mai que tenha consciência que e tornar imortal é a única maneira de poder ficar ao lado de Kman, a idéia de ceifar vidas para poder se alimentar lhe era abominável!

Se ela vai virar vampira, não vou contar, leiam o livro, por que vale muito a pena, muito mesmo! A narrativa é envolvente, os diálogos muito bem desenvolvidos, a trama é bem amarrada... Sério, se eu pudesse, dava de presente um exemplar desse livro para cada fã de Crepúsculo; assim, não só conheceria uma autora fantástica como veriam como um vampiro de verdade se comporta, ainda mais quando está apaixonado.

O livro é cheio de pontos altos, mas se devo apontar só um, o meu favorito foi quando Jan fala sobre seu passado, contando um pouco de sua vida como humano até a fatídica noite de São Bartolomeu, quando toda sua família – inclusive sua esposa grávida – foram mortos por serem protestantes. Ele mesmo foi deixado à beira da morte, mas acabou sendo salvo e vampirizado por Octávio.

Ele relata os acontecimentos importantes de sua existência imortal, revelando como os vampiros se organizavam. Conta ainda como conheceu Gustave e o tomou como pupilo; Gustave, o homem que tirou das ruas e transformou num vampiro e que com o passar dos anos se tornou seu inimigo, e conseguiu tirar de Kman tudo que ele possuía, inclusive a vida da segunda mulher que Jan amou.

Hoje, Gustave se escondia sob o nome de Paul Rohan, o dono do casarão que Kara restaurar e com quem Kman quer acertar as contas.

Estão vendo? “O despertar do vampiro” não é só romance, tem ação também! Então, meninos, vocês não tem desculpa para não ler.

Sério pessoal, leiam esse livro! Conheçam mais uma obra nacional fantástica; o Brasil está me surpreendendo com a quantidade de autores fabulosos e sua obras maravilhosas.

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Um comentário:

She disse...

Gosto é uma coisa puramente pessoal, e confesso que não sou muito chegada nessa literatura vampiresca, mas reconheço o talento de quem escolhe esse seguimento. E também admiro as capas, quase sempre toda a literatura de vampiros tem capas deslumbrantes, variando entre o belo e o curioso.
Gostei muito da resenha! Sucesso pra autora e beijo, beijo para as duas!
She