Dizem que quanto mais gostamos de uma pessoa, mais difícil é quando temos que escrever algo para ela ou sobre ela. Depois de passar pela experiência de ler o livro “Os Sete” pela quarta vez, creio que isso vale para livros também.
Para quem leu a resenha que fiz sobre o livro “O Caso Laura” (se você não leu, clique aqui), sabe que sou fã declarada de André Vianco e tal admiração nasceu justamente quando terminei de ler “Os Sete” pela primeira vez.
Falar sobre esse livro é difícil... Muito difícil na verdade. Não sei se seria a melhor comparação, mas na falta de algo melhor, é parecido quando vamos escrever um cartão de aniversário para àquele amigo especial que está ao seu lado há anos... Por mais que você se esforce para escrever algo que esteja à altura, ainda sim fica parecendo suas palavras estão muito aquém do que você quer realmente demonstrar por aquela pessoa. É exatamente assim que me sinto em relação a esse livro.
Mas só por que é difícil, não quer dizer que é impossível, não é mesmo?
Tudo começa em Amarração, uma pequena cidade do litoral do Rio Grande do Sul, quando Thiago e César (amigos de longa data), num de seus mergulhos descobrem que o quê todos na região acreditavam ser um navio pesqueiro naufragado, na verdade era uma embarcação muito, muito antiga... Antiga o bastante para nem ser do século passado.
Movidos pela curiosidade – e pela possibilidade de encontrarem objetos valiosos – os dois decidem mergulhar mais uma vez, dessa vez arriscando-se a vasculhar o interior da caravela naufragada. Entre uma grande quantidade de moedas de ouro e inúmeras imagens sacras eis que os rapazes se deparam com uma grande caixa de prata.
Conscientes que sozinhos nunca dariam conta de tirar aquela caixa de debaixo d’água sozinhos, eles entram em contato com a Universidade Soares de Porto Alegre, comunicando a descoberta, tendo certeza que o pessoal do Departamento de História ficaria louco para colocar as mãos tanto na caravela quanto na valiosíssima caixa de prata e não poupariam dinheiro algum para tal coisa.
“Lobo. Tempestade. Inverno. Gentil. Espelho. Acordador. Sétimo”. Estes estranhos nomes, que não faziam sentido para ninguém, nem mesmo para os pesquisadores, estavam gravados em uma das faces do objeto metálico. E em outra face, havia a seguinte advertência: “Nobres homens de bem, jamais ouseis profanar este túmulo maldito. Aqui estão sepultados demônios viciados no mal e aqui devem permanecer eternamente. Que o Santo Deus e o Santo Papa vos protejam”.
Entretanto a equipe do Departamento de História não dá qualquer importância àquela advertência e violam a caixa assim mesmo. Dentro dela: sete corpos ressequidos e mais feios do que briga de foice.
Até aí, sem problemas não é verdade? Afinal que mal aqueles pobres cadáveres acusados de bruxaria poderiam fazer, não é mesmo? Aparentemente nenhum...
Mas depois que notam que um deles começa havia se regenerado e, muito lentamente, continua se regenerando, eles começam a achar que a idéia de violar a caixa não havia sido uma boa coisa... E depois que a criatura LEVANTA e sai ANDANDO eles tem certeza que haviam feito a maior merda das suas vidas!
Acho que vou parar por aqui, por que sinceramente, na minha mais humilde opinião, quem se diz fã de literatura nacional ou fã de livros de vampiros e nunca leu “Os Sete”, não sabe o quê está perdendo.
Peço desculpas aos fãs de Crepúsculo ou de qualquer série de vampiros “nova era”, mas quem nunca leu nada de Anne Rice ou André Vianco, pra mim não pode ser chamado de fã de livros de vampiros. Simplesmente não dá!
Sim, você não leu errado. Os corpos aprisionados na caixa de prata eram de vampiros.
E que vampiros minha gente... Não, não estou dizendo isso por que eles são bonitões não. Estou dizendo isso por que eles, mesmo sendo os vilões, o tipo clássico que não pode andar sob a luz do sol e estão pouco se importando com o fato de ter que tirar vidas para se alimentar (com exceção do Miguel, que realmente se incomoda com a maldição que carrega, mas não o bastante para não matar).
Isso sem contar que cada um deles tem um dom especial, presenteado pelo próprio Lúcifer. Ou seja, os nomes gravados na caixa de prata faziam referência ao poder que cada um tinha. Guilherme era chamado de Inverno, pois era capaz de congelar tudo a sua volta, invocando um frio sobrenatural, com direito e tudo mais. Tempestade – como você á deve ter imaginado – fazia cair aquele pé d’água que faz qualquer um desejar ter uma Arca de Noé só por precaução... Não vou dizer os poderes dos outros, justamente para deixá-lo curioso e tratar de ler o livro. Mas será que você se arrisca a adivinhar o que está por trás dos poderes do Acordador e do Gentil?
Os vampiros desse livro são fantásticos. Mesmo que os mais explorados tenham sido Inverno, Acordador e Gentil é impossível não gostar de todos eles! Ainda mais quando tem o fato deles terem passado quase quinhentos anos aprisionados e absolutamente TUDO seja uma novidade. Carro, avião, asfalto, relógio letreiros... Todos esses elementos que são tão normais para nós, para eles são novidade, até mesmo bruxaria. Um dos momentos mais cômicos é quando Inverno fica meio irritadiço ao ver que os humanos haviam tentado imitar seu truque com uma caixa para congelar alimentos (sim, ele ficou meio enciumado com uma simples geladeira). Vianco foi simplesmente genial quando decidiu esse ponto do livro, como o fez de forma magistral.
Sério, é quase difícil torcer pelos humanos... Ou melhor, eu nem estava torcendo por eles! Queria mais é que os vampiros lascassem tudo de vez
O único humano no livro que merecia um big respeito era o Thiago. Em um momento do livro, ele sozinho dá uma surra daquelas num dos vampiros. Isso mesmo: uma surra, de mãos limpas, de deixar um vampiro de quinhentos anos, capaz de dar cabo de quantas pessoas quiser em minutos, todo arrebentado.
Agora, se você realmente gosta de vampiros e nunca leu “Os Sete”, faça-se um favor e trate de ir ler logo. Não só recomendo como eu garanto que você vai adorar.
Um comentário:
Eita... sério que me deu vontade de ler!
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